domingo, 9 de novembro de 2008

UM NEGRO NA CASA BRANCA?!


Muitos ainda se perguntam por qual razão Barack Obama conseguir vencer a eleição presidencial
americana, enfrentando uma máquina milionária do principal adversário, que contava, inclusive com o apoio da Casa Branca. É preciso entender que a lógica da política vem mudando rapidamente nos últimos tempos, retornando a um ciclo onde o carisma é que importava para o eleitor. Aqui no Brasil tivemos diversos exemplos disso, a começar por Getúlio Vargas, passando por Juscelino Kubistcheck, Jânio Quadros e mais recentemente por Fernando Collor e também pelo presidente Lula. Os partidos políticos foram transformados em meras máquinas eleitorais, que existem apenas para validar as candidaturas, e que só funcionam na época do pleito. Acabada a eleição eles se fecham em copas e ficam aguardando o próximo pleito. As relações entre candidatos e eleitores não são mais como nos tempos antigos, quando a visita domiciliar, o abraço, o aperto de mão, contavam muito na decisão de votar. Hoje em dia essas relações, que ainda existem nas caminhadas, no corpo-a-corpo, foram dominadas pela mídia. O contato do candidato com o eleitor é pela televisão, pelo rádio, pela internet e pelo jornal. Um deputado ou senador não se importa com o efeito do que ele diz na tribuna, mas pela repercussão de suas falas e ações no espaço midiático. E é cada um por si mesmo, sem se importar com a relação partidária. Isso reduz muito a influência que os parlamentos tinham na sociedade, uma vez
que deixa de existir o que chamávamos de espírito de corpo, onde o que importava era a unidade, a ressonância da importância das Assembléias, da Câmara e do Senado. Para os políticos, os partidos funcionam como uma espécie de garagem, porque apenas se retira o carro do estacionamento para competir durante a campanha e, depois, ele volta ao mesmo local onde fica até o próximo pleito. Os eleitores não mais tratados como cidadãos, mas como consumidores. A mídia transformou os políticos em produtos, que são oferecidos em embalagens bonitas para que os consumidores possam adquiri-los. A diferença entre cidadão e consumidor estabelecida pela mídia está exatamente no ponto em que o cidadão deve e pode ser convencido, enquanto o consumidor é seduzido. Obama conseguiu seduzir os americanos, enquanto McCain apenas tentou convencê-los. Essa foi a dferença.

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